todo mundo que trabalha com varejo já ouviu algumas frases que se repetem como mantras. elas passam de geração em geração como se fossem verdades absolutas. mas será que são mesmo?
nesse texto, quero provocar uma reflexão. porque muitos desses “ensinamentos” que ouvimos desde sempre estão, na verdade, travando a inovação, a evolução e a transformação que o varejo tanto precisa.
mitos que já deram o que tinham que dar
vamos começar com um clássico: “o cliente sempre tem razão.”
parece bonito. mas na prática... nem sempre. o cliente merece respeito, escuta e atenção. mas dizer que ele sempre tem razão é perigoso. às vezes o cliente está mal informado, às vezes desrespeita o time. o que ele precisa mesmo é ser compreendido, não idolatrado. a gente pode trocar “ter razão” por “ter atenção” — e já melhora muito.
outro mito que ronda por aí: “preço baixo vende tudo.”
mentira boa essa, né? quem vive só de preço, vira refém dele. preço baixo atrai, mas não fideliza. não constrói marca, não cria conexão. e no fim das contas, você se perde na guerra de preços — onde quem ganha é quem tem mais fôlego financeiro, não quem tem mais valor.
e claro, temos o velho: “só loja física vende de verdade.”
esse aí já caducou faz tempo. hoje o cliente é híbrido. ele compra na loja, no site, no whatsapp, no instagram... às vezes tudo junto. o físico segue forte, sim. mas o digital entrou no jogo de vez. negar isso é como lutar contra o vento.
mitos modernos: os novos vilões
com a transformação digital, vieram novos mitos. um deles é: “tecnologia resolve tudo.”
não resolve. tecnologia é meio, não fim. um sistema novo, uma automação ou inteligência artificial podem ajudar — mas se o time não está pronto, se o processo está bagunçado, o problema continua. só que mais caro.
outro mito da era digital: “toda marca precisa estar no tiktok.”
será? nem todo público está lá. nem toda marca tem a ver com aquele formato. presença digital tem que fazer sentido, tem que refletir a identidade da marca. senão vira só barulho. e barulho sem propósito só consome energia — e não traz resultado.
e tem mais uma frase que ouvi esses dias que me incomodou: “cultura é papo de rh.”
não, gente. cultura é estratégia. é o jeito como as pessoas se comportam quando ninguém está olhando. é o que sustenta o negócio no longo prazo. se ela não é pensada e vivida, vira caos. ou pior: vira algo que afasta em vez de aproximar.
verdades que libertam
vamos virar o jogo? aqui vão algumas verdades que libertam e ajudam a destravar o varejo:
🔹 “varejo é feito de gente, para gente.” mesmo com toda a tecnologia do mundo, o que faz a diferença ainda são as pessoas. no atendimento, no backstage, na experiência. gente encantando gente.
🔹 “negócios com propósito vendem mais e melhor.” quando o time entende o porquê do que faz, tudo muda. propósito não é papo bonito. é direção, é motivação, é o que move.
🔹 “quem aprende mais, vende melhor.” o aprendizado contínuo não é luxo, é sobrevivência. e mais do que isso: é diferencial competitivo. time que aprende junto, cresce junto.
e aí? bora destravar?
tá na hora de questionar mais e repetir menos. o varejo brasileiro tem tudo pra ser mais forte, mais humano, mais consciente. mas pra isso, precisamos deixar alguns mitos pra trás — e abraçar novas verdades que conectam com o presente e apontam pro futuro.
então eu te pergunto: qual mito você ainda carrega aí… que talvez já devia ter largado?
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