A geração beta, termo introduzido por Mark McCrindle, é o grupo de crianças nascidas a
partir de 2025. Essa geração representa o futuro, crescendo em um mundo onde
mudanças rápidas e transformações profundas serão a norma. Para entender melhor
quem são essas pessoas e como serão moldadas, podemos unir os conceitos de Mark
McCrindle e as ideias de Karl Mannheim sobre gerações. Vamos lá?
O que define a geração beta?
A geração beta será marcada por experiências únicas, exatamente como Karl Mannheim
explica em sua teoria das gerações: o contexto histórico e cultural que vivemos molda
quem somos. No caso da geração beta, eles crescerão em um mundo onde tecnologia,
sustentabilidade e globalização estarão no centro de tudo.
1. Conexão total com a tecnologia
A geração beta viverá num mundo em que a tecnologia não é apenas uma ferramenta,
mas uma extensão natural do ser humano. Avanços como inteligência artificial,
realidade aumentada e dispositivos conectados estarão integrados ao dia a dia dessas
pessoas desde o nascimento. Eles não aprenderão "como usar a tecnologia"; a
tecnologia será algo intuitivo para eles.
Essa característica reforça o que Mannheim chama de "unidade de geração".
Embora compartilhem um ambiente digital global, eles terão interpretações e vivências distintas dessa tecnologia, dependendo de onde vivem ou das condições culturais.
2. Foco na sustentabilidade
Enquanto gerações anteriores começaram a discutir sustentabilidade, a geração beta
será diretamente impactada pelas mudanças climáticas. Isso trará um senso de urgência
para proteger o meio ambiente. Desde cedo, educação e hábitos de consumo vão
enfatizar práticas sustentáveis, algo que moldará tanto o comportamento individual
quanto as expectativas em relação às empresas e governos.
Aqui entra outro conceito de Mannheim: rupturas geracionais. A geração beta pode
romper com práticas insustentáveis das gerações anteriores e trazer novas soluções
para um planeta em crise.
3. Educação personalizada
Os métodos educacionais tradicionais serão substituídos por modelos personalizados e
tecnológicos, adaptados às necessidades de cada criança. Inteligência artificial ajudará
no aprendizado contínuo, preparando-os para carreiras que ainda nem existem. Isso
significa que a geração beta estará acostumada a um mundo onde o aprendizado nunca
para, sendo flexível e adaptável.
4. Globalização e diversidade
Eles crescerão em um mundo hiperconectado, onde terão acesso a diversas culturas e
línguas desde cedo. Isso fortalecerá a tolerância, o respeito e a colaboração global,
mas também desafiará a construção de uma identidade local em meio à grande
diversidade.
5. Relações interpessoais e equilíbrio digital
Um dos desafios será equilibrar a hiperconexão digital com o desenvolvimento de
habilidades interpessoais autênticas. A geração beta terá que aprender a criar conexões
humanas reais em um mundo onde as interações virtuais dominarão.
Por que "beta"?
Mark McCrindle escolheu o termo "beta" inspirado no conceito de software em
constante evolução. Assim como programas em fase beta passam por atualizações, a
geração beta será moldada por um mundo de mudanças rápidas e adaptações
constantes. Eles serão "testadores" da nova era, vivendo num mundo em que as
incertezas fazem parte da construção de algo melhor.
O impacto no futuro
● Longevidade e bem-estar: Avanços em medicina e biotecnologia podem garantir
vidas mais longas e saudáveis para essa geração.
● Novos dilemas éticos: Inteligência artificial, engenharia genética e outras
inovações trarão questões éticas inéditas.
● Engajamento global: A geração beta estará conectada a causas e redes que
transcendem fronteiras geográficas.
A beta é a personificação de uma geração moldada pelas rápidas mudanças e pelas
novas possibilidades de um mundo em evolução. Mannheim nos ajuda a entender o
contexto e McCrindle nos inspira a imaginar o que vem por aí. Juntos, eles nos mostram
que o futuro será moldado não apenas pelo que fazemos agora, mas por como essas
crianças irão reinventar o mundo.